O Banco do Povo de Belém mudou de endereço para melhor atender a população. A nova sede é um prédio histórico, datado aproximadamente do ano de 1871, localizado na Avenida Nazaré, Nº 669, esquina com a Tv Quintino Bocaiúva.
A mudança não é apenas de sede. A nova gestão de Edmilson Rodrigues resgata o nome do órgão – que foi Banco do Povo, quando criado em 1997, e passou a ser conhecido como Fundo Ver-o-Sol – e também as funções estratégicas que transformaram a vida das pessoas que mais precisavam por meio de cursos de capacitação profissional e de crédito solidário (microcrédito), durante as primeiras gestões dele, de 1997 a 2004.
Desde que foi fundado, o órgão funcionou em um imóvel cedido, localizado na Avenida Ceará, Nº 40, que passou 16 anos sem a necessária manutenção. A situação levou a coordenação a buscar alternativas viáveis de funcionamento e cuidado com os servidores e com o público.
O novo espaço do Banco do Povo de Belém continuará abrigando os serviços do Portal do Trabalhador, da Secretaria Municipal de Economia (Secon), que realiza a habilitação ao Seguro Desemprego, recebe e encaminha currículos ao mercado de trabalho e orienta a emissão da Carteira de Trabalho digital.
Novo Banco do Povo de Belém
A reestruturação do Banco do Povo de Belém é uma política prioritária do prefeito Edmilson Rodrigues, que é coordenada pela economista Georgina Galvão, ex-secretária municipal de Finanças.
A capacitação profissional está sendo alavancada pelo programa “Donas de Si”, que priorizou o atendimento de mulheres em condição de vulnerabilidade social, inclusive beneficiárias do “Bora Belém”, trazendo esperança a quem estava sem oportunidade de crescimento.
80 mulheres dos bairros do Tapanã e do Bengui aprenderam a processar frutas para produzir doces, como cocadas, geleias e licores, em parceria com os Serviços Nacionais de Aprendizagem Rural e da Indústria (Senar e Senai).
Elas já estão obtendo renda com o aprendizado e o programa segue apoiando com palestras de precificação e de manipulação de alimentos, análises laboratoriais dos produtos para definição de composição e validade e incubação do negócio junto à Universidade Federal do Pará (UFPA).
Enquanto isso, os bairros do Jurunas, Cremação e Condor se preparam para receber novos cursos, em parceria com o Programa de Saneamento da Bacia da Estrada Nova (Promaben). O Donas de Si também prepara cursos para o público LGBTQIA+, mulheres vítimas de violência e costureiras.
Crédito Social
A equipe do Banco do Povo de Belém se organiza para voltar a oferecer as operações de crédito social (microcrédito) em breve. A população voltará a ter uma política pública de acesso ao crédito social em um órgão que não visa o lucro e, por isso, as condições de acesso, carência e parcelamento serão facilitadas.
O Banco do Povo de Belém não é um banco comercial, mas sim uma política pública, que visa apoiar a geração de emprego e renda por meio dos pequenos negócios, contribuindo para o desenvolvimento da economia local.
Para isso, os candidatos ao crédito social terão que apresentar uma ideia do negócio viável sobre o investimento pretendido, que pode ser a abertura de um novo negócio ou a ampliação do negócio que já possua.
Os projetos serão analisados pela equipe do banco. Será possível também contar com o aval solidário, em que um grupo de tomadores de crédito se solidariza uns com os outros.
Atualmente, os limites para tomada de crédito social são de R$ 5 mil para pessoa física e R$ 10 mil para pessoa jurídica, com juros que variam de 0,49% a 1,5%. Porém, os valores deverão ser revistos por meio de um projeto de lei.
Restaurante
O Banco do Povo de Belém também gerencia o Restaurante Popular Desembargador Paulo Frota, localizado na travessa Aristide Lobo, 290, bairro Campina, uma política de segurança alimentar que fornece cerca de 1.200 refeições por dia a diversos usuários que pagam a tarifa simbólica de R$ 2,00 por refeição, enquanto a prefeitura subsidia R$ 7,10 por unidade. O restaurante funciona de segunda a sexta-feira, das 10h15 às 14 horas.
História do prédio
O imóvel que será a nova sede do Banco do Povo de Belém foi construído por Francisco Brasil, no final do século 19. Os antigos proprietários contavam a história de que a casa tinha sido construída para uma mulher com quem o proprietário se relacionava.
Jorge Amado chegou a se hospedar no palacete junto com a esposa, filhos e netos, em 1977, durante uma visita ao Pará que durou dois meses.
Nos anos mais recentes, o imóvel passou a ser alugado e chegou a servir de sede para a Vice-Governadoria do Estado.
É valorizando o passado, com a experiência de quem já sabe como fazer porque já fez, que o Banco do Povo de Belém se posiciona com o olhar para um futuro de mais oportunidades para o povo de Belém.