O vice-prefeito Edilson Moura, que está como prefeito em exercício de Belém durante a viagem de Edmilson Rodrigues, visitou a turma de indígenas venezuelanos Warao que cursa Empreendedorismo Digital, pelo programa de qualificação profissional Donas de Si, da Prefeitura de Belém, na terça-feira, 22, na sala de aula do Centro de Educação Profissional Belém (CEP), do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). O programa é realizado por meio do Banco do Povo de Belém.
Parceria
A iniciativa conta com a articulação da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), ONG Instituto Internacional de Educação do Brasil (IIEB) e Fundação Papa João XXIII (Funpapa).
Os 15 alunos que participam do curso são artesãos e pescadores. Eles esperam ampliar o acesso aos clientes com o auxílio de plataformas da internet.
“O mundo é conectado, é digital”, iniciou Edilson Moura, que é professor. “Parabéns ao Banco do Povo, ao Senac, à ACNUR e também aos alunos que aceitaram fazer o curso”, disse.
Empreendedores
“Nós, indígenas, somos seres humanos com ideias para seguir em frente. Queremos trabalhar para melhorar de vida”, afirmou o indígena Avílio Cardona para o prefeito em exercício.
Outra aluna, Gardênia Coper, agradeceu pelo curso e disse que também quer apoio para empreender: “Me sinto muito feliz porque quero ter o meu próprio negócio. Com apoio, vou chegar aonde eu quero mais rápido”.
Já Oscar Calderon detalhou que as mulheres Warao estão produzindo colares e roupas, enquanto os homens da etnia estão buscando o sustento na pesca, em Outeiro, onde boa parte deles reside. “Pela primeira vez estamos fazendo um curso”, afirmou.
Busca pela autonomia
A responsável pelo Escritório da ACNUR no Pará, Janaína Galvão, iniciou o encontro agradecendo à Prefeitura de Belém e ao Banco do Povo, bem como ao Senac, que ministra as aulas por meio do contrato de prestação de serviço assinado com a gestão municipal.
“Nos sentimos abraçados pela Prefeitura de Belém. Por muito tempo, o trabalho da Prefeitura se limitou ao assistencialismo, mas, hoje, vai além disso, com o olhar para realizações de longo prazo”, destacou Janaína, ressaltando a perspectiva de que indígenas atinjam a autonomia financeira, por meio de ações de geração de renda.
Durante o encontro, a coordenadora-geral do Banco do Povo, Georgina Galvão, anunciou que o objetivo da instituição é atender também aos indígenas paraenses que buscam meios de sobrevivência em Belém, especialmente aqueles que vêm estudar na capital e estão desprovidos de auxílio de ensino e aprendizagem devido aos cortes do governo federal.
Recursos tecnológicos disponíveis
O coordenador de Relacionamento com o Mercado do Senac, Márcio Takemura, participou do encontro. Ele disse que o curso de Empreendedorismo Digital está em alta e que a negociação comercial por meio digital tem potencialidade de alcançar o maior número de clientes, em comparação ao meio presencial.
A turma de indígenas estreia o novo Espaço Multimeios Didáticos do Senac, que é equipado com recursos tecnológicos para uso dos alunos, como notebooks e tablets, projetor, um quadro interativo equivalente a uma tela de celular gigante e óculos de realidade virtual.
O instrutor Rigel Abdala disse que está realizado em contribuir para o desenvolvimento da potencialidade da turma de alunos Warao, pois o desenvolvimento deles repercute no desenvolvimento da própria cidade de Belém.
O curso tem aulas de segunda a sexta-feira, das 13h30 às 17h30, até o próximo dia 13 de dezembro.