A experiência da Prefeitura de Belém com a oferta à população de cursos de qualificação profissional e de microcrédito a pequenos empreendimentos, por meio dos programas Donas de Si e Crédito Solidário, foram destaque no Seminário “Dialogando sobre finanças sustentáveis e a Amazônia: perspectivas diante do G20 e da COP”, realizado pela Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), na manhã do dia 31 de janeiro, na sede da pasta governamental.
“O que a gente faz é uma pequena escala de enfrentamento das desigualdades socioeconômicas”, destacou a coordenadora-geral do Banco do Povo de Belém, órgão municipal que executa o Donas de Si e o Crédito Solidário.
Investimentos em qualificação e microcrédito
Até o final de 2023, R$ 1.805.425,00 foram investidos na qualificação gratuita que alcançou 2.375 alunos concluintes, enquanto R$ 1.607.762,00 foram aplicados em 537 operações de microcrédito realizadas.
Georgina falou dos resultados exitosos do Donas de Si, cujos alunos saem de sala de aula satisfeitos com o aprendizado adquirido e estimulados a empreender, assim como do Crédito Solidário, que tem apoiado pequenos negócios, inclusive, em crise, como os donos de barracas de praia e ambulantes afetados pela interdição da ponte da ilha de Outeiro, no início de 2022, assim como nas barracas e carrinhos de lanche do conjunto Jardim Sideral, no bairro Parque Verde, que foram destruídos pelo recente vendaval.
“A gente chega junto para fazer a qualificação profissional e levar o crédito o mais desburocratizado possível. Já temos muitas histórias exitosas. Fizemos a qualificação com os indígenas Warao e crédito para que eles possam dar os seus passos com sustentabilidade”, recordou.
Em 2022, um grupo de warao artesãos cursou “Empreendedorismo Digital” para acessar novos clientes. O curso foi resultado da parceria do Banco do Povo com a Acnur, Fundação Papa João XXIII (Funpapa), da Prefeitura de Belém, e o Instituto Internacional de Educação do Brasil. Outro grupo de indígenas e não indígenas venezuelanos, que aprendeu o ofício de soldador com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), recebeu o crédito solidário para comprar os equipamentos de trabalho.
Seminário
Durante o seminário, organizado pela Sudam e PNUD, gestores públicos, organizações sociais, lideranças de movimentos populares e técnicos conheceram a metodologia PNUD/ABDE (Associação Brasileira de Desenvolvimento), que representa o Sistema Nacional de Fomento (SNF). A metodologia, apresentada pela gerente de Desenvolvimento Socioeconômico Inclusivo do PNUD, Késia Braga, traça um alinhamento entre o SNF e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), relacionando instituições financeiras que adotam as 17 diretrizes para a diminuição dos impactos sociais, ambientais e econômicos no mundo, conforme o compromisso de 193 países para a agenda 2030.
Já Cristiano Prado, também do PNUD no Brasil, falou sobre Finanças Sustentáveis na Amazônia com perspectivas no G20 e COP-30, oportunidades de financiamento, incluindo negócios e sustentabilidade, agenda 2030 e o conceito ESG (do inglês Environmental, Social e Governance, em português, meio ambiente, social e governança corporativa).
(Com informações da Ascom da Sudam)