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Prefeitura de Belém viabiliza cursos e crédito aos indígenas Warao

• Atualizado há 1 ano ago

A Prefeitura de Belém, por meio do Banco do Povo, confirmou a realização do curso de Empreendedorismo Digital para 15 indígenas Warao que trabalham com artesanato, bem como o crédito solidário de R$ 2.500 com juro zero para pessoas da mesma etnia que aprenderam o ofício de soldador e precisam comprar equipamentos de trabalho.

As ações foram apresentadas pela coordenadora-geral do Banco do Povo, Georgina Galvão, durante o encontro que discutiu o Acesso de Pessoas Refugiadas às Políticas Públicas, promovido pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur) e Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, do governo do Pará, nesta quarta-feira, 26, no auditório da Polícia Federal.

Georgina e a chefe do escritório local da Acnur, Janaína Galvão.

“Na região da grande Belém, especialmente em Belém e Ananindeua, temos aproximadamente 850 indígenas Warao, sendo cerca de 600 em Belém. Atualmente, quase 200 vivem no abrigo municipal, administrado pela Fundação Papa João XXIII (Funpapa), no bairro do Tapanã, mas a maioria vive de maneira autônoma, em diferentes bairros, principalmente na ilha de Outeiro”, contabiliza a chefe do escritório do Acnur em Belém, Janaína Galvão. 

“Grande parte dessas pessoas está em situação de extrema vulnerabilidade, vivendo na pobreza, com muita dificuldade de acessar atividades de geração de renda e de retomar à sua autonomia, especialmente, porque alguns ainda têm dificuldade de falar o português, enquanto outros não falam nem o espanhol, mas o idioma Warao. A capacitação profissional e a alfabetização são alguns dos desafios que contribuem para que a inserção laboral seja mais desafiadora”, acrescentou a representante da Acnur.

Suporte do Banco do Povo  O Empreendedorismo Digital vai ajudar os indígenas a divulgarem os produtos nas redes sociais, atingindo novos clientes. O curso, com duração de três semanas, terá início no próximo dia 7 de novembro, com aulas contratadas junto ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).

A Acnur vai garantir uma bolsa de estudo para os indígenas. Para superar o obstáculo do idioma, o curso vai contar com quatro intérpretes. A iniciativa conta também com as parcerias da Funpapa e do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IIEB). 

Georgina destacou que, ao final do curso, os alunos também terão a opção de acessar o crédito solidário, serviço do Banco do Povo que apoia pequenos empreendedores.

Enquanto isso, o grupo de indígenas Warao, que recebeu o curso de soldador de eletrodo revestido, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), está preparando o plano de negócio, com o acompanhamento da equipe do Banco do Povo, para receber o crédito que vai possibilitar a aquisição de máquina de solda, eletrodos, máscara e esmerilhadeira. Com esse suporte, os indígenas poderão oferecer serviços para a produção de grades de ferro à população local.

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