Oportunidade para alcançar a independência financeira por meio de empreendimento solidário é o que as mulheres atendidas pelo programa Donas de Si começam a vivenciar.
As ex alunas do programa nos bairros do Bengui e do Tapanã começam a receber novos incentivos para abrir o próprio negócio. “Eu estava trabalhando por conta própria com a venda de lingerie, mas não deu certo. Pensei em sair de Belém atrás de trabalho, mas a minha visão mudou completamente. Posso empreender aqui, continuar aqui. A gente pode prosperar juntas. Já estamos ansiosas para iniciar o nosso negócio”, celebra Simone Curilen, 39 anos, desempregada e mãe de uma adolescente de 15 anos. Ela planeja montar uma cooperativa junto a outras seis ex-alunas do curso realizado no bairro do Tapanã.
Após ministrar o curso de processamento de frutas e produção de doces, a Prefeitura de Belém, por meio do Banco do Povo de Belém, inicia a segunda etapa do programa com oficina de produção e palestras sobre formas organizativas, crédito solidário e formação de preço, além da manipulação de alimentos pela Vigilância Sanitária. O objetivo é que as ex-alunas atinjam a independência financeira por meio do empreendimento solidário.
Nova etapa promove mais engajamento e integração entre as mulheres
A coordenadora-geral do Banco do Povo de Belém, Georgina Galvão, reuniu com as concluintes do curso nestas quinta, 5 e sexta-feira, 6, quando apresentou a nova etapa do Donas de Si. Na ocasião, foram aplicadas dinâmicas de grupo pela psicóloga do Banco, a fim de identificar os desejos das mulheres e promover mais engajamento e integração entre elas. Os encontros ocorreram na Escola Municipal Walter Leite, do Bengui, e no Centro de Convivência da Terceira Idade Zoé Gueiros, no Tapanã.
Marly Marques, de 37 anos, conta que o Donas de Si, assim como o programa de transferência de renda Bora Belém, a tiraram do sofrimento do luto pela morte da mãe e devolveram a esperança: “Esse curso veio num momento difícil. Chegou na minha vida essa bênção. Me deu vontade de viver, de estudar, de trabalhar, porque eu não tinha vontade para nada. Parece que eu ressuscitei. Agradeço ao prefeito Edmilson Rodrigues. Gostei muito do curso. Agora, vai dar tudo certo”, comemora. Ela fez o curso no Bengui.
Curso
O curso formou quatro turmas no Bengui e no Tapanã, entre junho e julho deste ano, priorizando o atendimento das beneficiárias do programa de transferência de renda Bora Belém. Elas aprenderam a fazer compotas, doces, geleias e licores de frutas, além de cocada, bala de cupuaçu, banana chips, picles e ketchup.
Parceria com a UFPA
Georgina anunciou também que as amostras dos produtos elaborados na oficina de produção serão analisadas pela Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal do Pará (UFPA).
“Haverá uma inspeção dos alimentos produzidos para definir o prazo de validade de cada produto. Isso dará maior confiabilidade para o comércio para o qual vocês irão vender”, explicou.
A inspeção será realizada no âmbito do acordo técnico-científico para ações de desenvolvimento, que foi firmado entre a Prefeitura e a UFPA, no último mês de junho.
Calendário da nova etapa
A programação inicia com as alunas do Bengui, na Escola Walter Leite. No próximo dia 17 de agosto, inicia a oficina ministrada por uma especialista em Ciência e Tecnologia de Alimentos para avaliação dos produtos a serem realizados pelas próprias alunas.
No dia 18, ocorrerá a palestra com a Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) para a emissão de carteiras de manipulação de alimentos.
Nos dias 19 e 20, a equipe do Banco do Povo de Belém realizará as abordagens sobre os temas do crédito solidário e formas organizativas.
No Tapanã, as atividades da programação acontecerão na mesma sequência nos dias 24, 25, 26 e 27 de agosto, no Centro Zoé Gueiros.