As mães atendidas pelo programa “Bora Belém” serão contempladas com cursos de capacitação e qualificação profissional a serem oferecidos pelo Banco do Povo de Belém. O objetivo é estimular famílias vulneráveis a conquistar autonomia de renda, incluindo os segmentos LGBTQI+, negro, indígena e de pessoa em situação de rua. Esse foi um dos assuntos tratados pela coordenadora-geral do Banco, Georgina Tolosa Galvão, com representantes de vários órgãos da Prefeitura de Belém, na manhã desta terça-feira, 4, na sede do BPB.
Georgina recebeu as titulares das Coordenadorias de Diversidade Sexual (CDS), Jane Patrícia, e Antirracista de Belém (Coant), Elza Rodrigues; assim como a diretora-geral Ana Brito e o diretor de Atenção Básica, Vítor Nina, da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma); e a diretora de Assistência Social da Fundação Papa João XXIII, Danielle Santa Brígida.
Georgina explicou sobre as parcerias que têm sido tratadas pelo Fundo com instituições que irão ministrar os cursos. O primeiro deles será em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que fornecerá carretas contendo equipamentos de aulas teóricas e práticas como extrair polpas de frutas e produzir geléias e compotas. Os cursos vão ocorrer no próximo mês de junho em endereços a serem definidos, a partir da localização e demanda do público-alvo.
Também serão contratadas turmas de cursos técnicos nas áreas de beleza e moda, como cabeleireiro, manicure, estética e corte e costura junto ao Serviço Nacional do Comércio (Senac) para atender o segmento LGBTQI+. A ideia foi bem recebida por Jane Patrícia, que quer investir na melhoria das condições de empregabilidade do segmento, inclusive na região das ilhas.
Já Elza Rodrigues, pediu a atenção especial do BPB às pessoas negras e indígenas, especialmente à juventude negra e indígena, com cursos profissionalizantes para o empreendedorismo e microcrédito.
“É positivo quando a gente consegue intersetorializar as iniciativas de vários órgãos. Poderemos proporcionar uma ação concreta que crie alternativas para mudar a vida dessas pessoas. Pois, hoje, grande parte (do público atendido pela Funpapa) vai mudando de equipamento de assistência social ao longo do tempo”, contou Danielle Santa Brígida.
Situação de rua – Vítor Nina trouxe ao debate a realidade de extrema necessidade das pessoas que vêm sendo atendidas pelo Consultório de Rua da Sesma. “Precisamos pensar em alternativas para situações críticas, de pobreza absoluta, fome. Em conversa durante os atendimentos, percebemos o desejo de trabalhar e de formar cooperativas”, disse ele. Vitor Nina informou que cerca de 1.200 pessoas vivem em situação de rua em Belém, e, dentre esses, cerca de 700 são índios Warao, que também enfrentam casos de mortalidade infantil.
“A Sesma destacou o potencial de autonomia das pessoas em condição de rua, inclusive dos indígenas refugiados, por meio do artesanato. Estamos vendo como apoiá-los”, disse Georgina.
Outra proposta colocada pela coordenadora-geral do Banco foi o levantamento de possibilidades e a preparação de uma feira para o Fórum Pan-amazônico, que será realizado em Belém, em junho de 2021, atraindo representantes de povos e movimentos sociais de outros estados e países. “Podemos pensar em artesanato indígena e também turbantes e tecidos afro para serem comercializados no evento”, exemplificou a gestora.