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Indígenas buscam crédito do Banco do Povo para empreender

• Atualizado há 2 anos ago

A equipe do Banco do Povo de Belém se reuniu com um grupo de indígenas na sede da Associação dos Povos Indígenas Estudantes da UFPA (Apyeufpa), para levar orientações sobre como acessar o crédito solidário. O encontro ocorreu nesta quinta-feira, 19, no Campus da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Pequenos empreendimentos – O serviço é oferecido pela Prefeitura de Belém, por meio do Banco do Povo, com o objetivo de apoiar pequenos empreendimentos.

A intenção dos indígenas que vivem adaptados no meio urbano da capital paraense, sendo muitos deles universitários da UFPA, é investir principalmente no artesanato inspirado na cultura ancestral. Hoje, a UFPA possui mais de 200 estudantes indígenas, segundo a coordenadora adjunta Antirracista da Prefeitura (Coant), Jomara Tembé.

O jovem Davi Xakanywa, de 28 anos, saiu da terra indígena Hixkaryana, no Amazonas, para cursar Medicina da UFPA, e, como outros indígenas vindos do interior do Pará e também do Amapá e do Maranhão, enfrenta dificuldades para se manter em Belém.

Apoio – “A gente é estudante e precisa de recurso para pagar aluguel, transporte, alimentação. Precisa achar uma opção pra gente”, disse ele, que sabe produzir colares, cocares e tiaras, um tipo de artesanato que costuma ser bastante valorizado, no entanto, requer apoio para a produção e a comercialização. 

Crédito – O servidor do Banco do Povo de Belém, Gilvan Cleber Nascimento, explicou que os indígenas que forem pessoa física poderão obter até R$ 5 mil e, quem for pessoa jurídica, até R$ 10 mil, para investir como capital fixo ou de giro, com carência de até 6 meses e pagamento parcelado em até 24 meses, com juros que variam de 0,01% a 1,5% ao mês.

Articulações – Alguns dos indígenas que estudam na UFPA recebem um auxílio-moradia do governo federal, por meio do Programa de Assistência da Universidade, mas, devido aos cortes realizados pelo Ministério da Educação, poucos estudantes recebem o benefício, atualmente.

Por isso, muitos deles desejam empreender. “Nosso dever, enquanto Coant, é fazer articulações para conseguir a possibilidade de acesso e inclusão dos parentes”, destacou Jomara Tembé.

Também participaram da reunião, as conselheiras do Tá Selado, espaço de participação popular da Prefeitura de Belém, Nice Gonçalves.

Já Carla Bethânia Silva (Yyapoti Yporã Ete-água), da etnia Maruaná, do Marajó, conta que produz telas, máscaras e camisas para vender em conjunto com um coletivo de artesãs daquele arquipélago. Ela já concluiu o curso universitário e se mantém em Belém, tendo o artesanato como principal fonte de renda, assim como as pinturas corporais de grafismo indígena.

Enquanto Kikreti Almir Lourenço, da etnia Kaiapó, conta que mora em Belém há 19 anos. Ele tirava o sustento da venda de bombons, mas, devido à pandemia, ficou sem produtos para vender. “No momento, não tô fazendo nada. Quero retomar a venda de bombons”.

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