O programa “Donas de Si”, da Prefeitura de Belém, proporciona aprendizado, geração de renda, elevação da autoestima e, agora, também inovação. O programa de qualificação profissional desembarcou no Combu para realizar o curso de Processamento de Frutas e Produção de Doces, que oportuniza a geração de renda para as moradoras da ilha.
Em cinco dias de aulas intensivas para cumprir a carga horária de 40 horas, elas aprenderam a fazer geleias, compotas, doces, cocadas, balas e licores e, ainda, conheceram a base para desenvolver as próprias receitas. Um produto desenvolvido pela turma (com a ajuda da instrutora Francília Campos, doutora em Engenharia de Alimentos) foi o licor de uxi, que ainda está em fase de teste.
![Dona Nena, da fábrica de chocolate, quer investir no licor de uxi.](https://bancodopovo.belem.pa.gov.br/wp-content/uploads/2023/05/add983a5-7f46-4e6d-b6a3-50a556784b4a-1024x577.jpg)
Qualificação para autonomia
O “Donas de Si”, realizado por meio do Banco do Povo de Belém, já qualificou 1.800 pessoas. A ação no Combu foi realizada em articulação da Coordenadoria da Mulher (Combel) com a Associação de Moradores da Piriquitaquara.
O curso foi ministrado por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que tem contrato com o Banco do Povo. O curso contou, ainda, com o apoio da fábrica de chocolate Filha do Combu, de Izete Costa, a “Dona Nena”, que cedeu a cozinha do estabelecimento para a realização das aulas. O curso foi concluído na última terça-feira, 23.
![A turma completa que finalizou o curso no Combu com a instrutora Francília Campos.](https://bancodopovo.belem.pa.gov.br/wp-content/uploads/2023/05/b18484e5-beb4-4c23-9c96-44de82bb5607-1024x577.jpg)
Biodiversidade
Uma aluna ilustre do curso foi a própria Dona Nena, que já produz geleias e licores de frutas para venda em sua loja: “Eu tinha o saber empírico, mas não tinha feito um curso e nem tinha certificado”, conta. “A gente está tentando dar apoio para trazer as pessoas da comunidade para aprender a trabalhar com esses produtos da nossa biodiversidade, valorizando toda a nossa cultura e, com isso, gerar emprego e renda para quem vive aqui no meio rural, sem que precise se deslocar em busca de trabalho em Belém”, acrescenta.
Qualificação e sonhos
A maioria das alunas já trabalha com gastronomia em restaurantes da ilha, como Elizângela Moraes, de 36 anos. Ela mudou-se para o Combu ao casar com um morador da ilha, há 12 anos. O casal possui uma filha. “Aqui é maravilhoso! Não tenho vontade de voltar pra Belém. Pretendo, no futuro, trabalhar para mim mesma. Tenho expectativa de vender os produtos que aprendi a fazer, como cocadas, geleias, doces e licores”.
![Elizângela quer começar a produzir para vender.](https://bancodopovo.belem.pa.gov.br/wp-content/uploads/2023/05/d04113fc-8430-497b-8700-32d1cbf5047e-1024x577.jpg)
Já a aluna Maria do Socorro Nojosa, de 38 anos, mãe de três filhos e beneficiária do Bolsa Família, planeja abrir um ponto de venda no Porto da Palha, em Belém, para vender os alimentos que aprendeu a elabirar no curso. “Eu e a minha cunhada planejamos abrir um negócio de venda de bolos e pudins, mas, agora, também vai ter geleias”, comemora.
Durante o curso, as alunas também produziram licores de cupuaçu e maracujá, geleias de maracujá com manga, cupuaçu e pimenta, compota de abacaxi, doce de goiaba, bala de cupuaçu, cocada e banana chips, além de ketchup e picles. “Todos os produtos são naturais e sem conservantes. Foi uma turma ótima, muito interessada em aprender”, contou a instrutora.